domingo, 29 de agosto de 2010

Politica e Financiamento da Educação Brasileira



Uma educação de qualidade e consequentemente uma sociedade mais igualitária e inclusiva



A sociedade deveria em primeiro lugar se inteirar e refletir sobre as políticas de ação do Banco Mundial com relação à educação. Sabemos o quanto se faz difícil essa conscientização, uma vez que, historicamente não é uma atitude social costumeira no nosso país, por todos os motivos já detectados como a falta de habito do exercício da cidadania, da participação coletiva, da indisponibilidade de escolaridade suficiente para por em prática sua participação a partir dos conhecimentos adquiridos, em fim, além de termos a barreira do conhecimento pleno das ações políticas e educacionais do nosso país, nos deparamos ainda com o hábito de total passividade diante das atitudes governamentais que explodem a nossa frente todos os dias.


A pesar disto as ações seguem seu curso livremente, com uma aparente preocupação pela evolução e melhoria da educação do país, que segundo incansáveis discursos, já tenham percebido que sem uma educação de qualidade não há desenvolvimento.


Por tanto, todas estas reformas contam com um processo de financiamento que nos deixa vulneráveis, uma vez que, desconhecemos os mecanismos que nos daria subsídio para analisar e refletir sobre as aplicações desses recursos.


Se colocarmos de lado a questão da inteiração da sociedade sobre as políticas aplicadas, sobre o novo modelo de exercício da cidadania diante da globalização e outras atitudes que se fazem necessárias em um processo como este, passaremos a analisar apenas de uma forma superficial, contaremos apenas com o que inevitavelmente “ouvimos falar”.


Sendo assim, aparentemente as coisas estão entrando nos eixos, as escolas estão sendo reformadas, outras tantas construídas, material didático adequado e bastante próximo do ideal no que diz respeito à nova educação voltada para o áudio visual com integração total com as novas tecnologias, a conscientização pela necessidade da inclusão, adaptando as novas construções para receber nossas crianças recém inclusas, afastadas do nosso convívio até então, em fim, rapidamente estamos chegando bem próximo da estrutura física e material necessária para uma educação plena, chegaram também a conclusão de que nosso “problema educacional” estaria focado na educação básica, o que os levou a voltar todas as atenções para esta área, mais uma vez, aparentemente houve outro acerto, mas e agora, e o material humano?


O que fazer com todo este aparato afogado em financiamentos intermináveis, repleto de cobranças, justas, por resultados?


A sociedade assiste a tudo como quem vai ao cinema, o governo pagando para as crianças freqüentarem as escolas para que os recursos continuem chegando e ainda assim contamos com a evasão, a violência nas escolas, professores doentes e desesperados pela qualidade de vida que ainda são obrigados a lidar, pais de alunos ausentes por não acreditarem na força que pode haver em uma parceria com a escola, em fim, quanto tempo ainda vamos ter que esperar até que percebam que não adianta maquiagem, se não desejam de fato uma transformação educacional? Cabe agora à sociedade lançar mão de todos os recursos adquiridos e exigir que se leve a sério os problemas sociais que impedem o processo de aprendizagem, nossas crianças estão se perdendo enquanto novas escolas vão se erguendo, nossos professores, contando com o apoio para a capacitação acabam por tomar rumos contrários aos das escolas assim que se sentem preparados para exercer uma profissão menos desgastante, improdutiva e mais lucrativa e as famílias então, totalmente aniquiladas pelo total desvencilhamento dos conceitos de moral e civilidade por conta de gerações perdidas, soltas dentro de uma sociedade desorganizada por ter seus dirigentes ocupados com a corrupção desmedida.


Cabe à sociedade além de acompanhar e procurar olhar a fundo o que está sendo feito na área da educação, retomar os seus brios e exigir que nossos governantes comessem de fato a se preocupar com a educação como um todo, valorizar o material humano a quem ela se destina.


Cabe a nós, professores e educadores arregaçarmos as mangas e faze-los perceber que estamos aqui, prontos para receber nossas crianças e fazer delas cidadãos completos, plenos para desenvolverem suas vidas, seguirem suas carreiras, formarem suas famílias alicerçadas em conceitos seguros de amor, fraternidade e companheirismo, estamos aqui para recebermos as nossas crianças finalmente inclusas, com direitos e deveres iguais aos de toda a sociedade, estamos aqui, prontos para cumprir nosso papel e tudo o que queremos é poder cumpri-lo com o mínimo de dignidade e respeito.

 

Asenath B. S Filha
Abril / 2009

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