domingo, 29 de agosto de 2010

A Alfabetização dos Portadores da Síndrome de Down


[1]A Síndrome de Down é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam um atraso no desenvolvimento das funções motoras e mentais.Os estudos sobre esta alteração genética começaram em 1866, pelo médico inglês Jonh Langdon Down, que descreveu alguns sinais físicos semelhantes em um grupo destinto de pessoas e denominou o distúrbio de mongolismo, pelo fato do9s portadores apresentarem os olhos amendoados, tais quais o da raça mongólica.Down descreveu essas pessoas como amistosas, amáveis, mas improdutivas e incapazes para o convívio social, ele, no entanto, não soube identificar a causa da síndrome. O diagnóstico somente foi estabelecido em 1959, quando um cientista francês Jerome Lejeune, ao estudar os cromossomos de 9 pessoas com a síndrome verificou que, ao invés de terem 46 cromossomos por células agrupadas em 23 pares, tinham 47 cromossomos, um a mais no par de numero 21. Por este motivo, o que no início foi chamado de mongolismo, passou a receber a denominação de Síndrome de down ou Trissomia do 21.

Através de pesquisas realizadas sobre esta Síndrome, pode-se encontrar curiosidades como, por exemplo, a imagem que a sociedade tinha e a forma como lidou com ela ao longo dos tempos.

 

" Na cultura grega, especialmente na espartana, os indivíduos com deficiências não eram tolerados. A filosofia grega justificava tais atos cometidos contra os deficientes postulando que estas criaturas não eram humanas, mas um tipo de monstro pertencente a outras espécies. (...) Na Idade Média, os portadores de deficiências foram considerados como produto da união entre uma mulher e o Demônio. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 3-4)."

 
Sabe-se que por muitos anos estas crianças foram consideradas como incapazes ou retardadas e em muitas sociedades até como monstros ou filhos de demônios e infelizmente ainda nos dias atuais, as confusões e enganos a respeito do conceito de Down são muito freqüentes, como por exemplo, a criança Down ser ainda constantemente definida por pessoas como deficiente mental, tendo ainda que lidar com o preconceito e o medo de muitos, o que dificulta bastante a socialização e o dia-a dia dessas crianças.

Estando recentemente trabalhando com crianças com necessidades especiais, entre elas portadores da Síndrome de Down, me inquietei com o fato de não estarem sendo alfabetizados, uma vez que embora ainda não tenha muita vivência na área, já tive conhecimento de vários portadores de Síndrome de Down alfabetizados que levam a vida normalmente, sem terem como mais um obstáculo o analfabetismo, partindo deste princípio, voltei meus interesses de estudo para este foco, uma vez que a inclusão já está sendo uma realidade e sabemos que estas crianças embora tenham a capacidade de aprender a ler e escrever possui um tempo diferente e certamente a metodologia de aprendizagem deve seguir o seu ritmo, trazendo assim a facilitação de uma inclusão menos traumática.

Estima-se que a cada 550 bebês que nascem, 01 tenha a Síndrome de Down.

Até o momento não há cura. A Síndrome de Down é uma anomalia das próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas para curá-la.

Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciem seu desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias após o nascimento.

A característica mais freqüente na SD é o atraso mental. O desenvolvimento cerebral é deficiente, assim, ao nascer os portadores apresentam microcefalia. É observado um decréscimo do peso total do cérebro, além da simplificação em seu padrão giriforme.

A aprendizagem tem sempre que partir do concreto, pois o Down tem dificuldade de abstração. Na alfabetização e no ensino da matemática, por exemplo, símbolos podem ser aprendidos com certa facilidade, embora seja difícil associá-los a conceitos e a quantidades. O processo de abstração é lento e difícil, mas possível. O aprendizado não pode ser isolado. Tem que acompanhar a vida prática tem que ser inserido num contexto real, em que o Down possa perceber o seu significado concreto, na vida real. Um trabalho fonoaudiológico e pedagógico bem feito pode levar o Down a uma boa comunicação. Ao desenvolver boa dicção e bom vocabulário, o Down tem nível de raciocínio suficiente para comunicar-se claramente com as pessoas. Tudo fica mais difícil quando a pronúncia não é inteligível por não ter sido trabalhada ou se o vocabulário é pobre.

Saber que esta alfabetização é possível abre um leque de possibilidades, além de despertar nos pais e familiares à necessidade de estimular estas crianças desde ainda muito cedo, aumentando assim as chances de uma aprendizagem mais eficiente, seja em escolas especializadas, em escolas inclusivas ou na associação das duas, o que ficará sempre a cargo dos pais observar qual a melhor opção, tendo em vista que é importante ter claro que não existem graus maiores ou menores de Síndrome de Down e que as diferenças de desenvolvimento decorrem das características individuais como herança genética, educação, meio ambiente e estimulação, cabendo assim, escolherem qual o tipo de método ou ambiente será mais propício para as particularidades que envolvem a sua criança.



 
Asenath B. S. Filha .
Santo Antônio de Jesus
Dezembro/2007




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