domingo, 29 de agosto de 2010

Dislexia


O "nome" dislexia pode, muitas vezes, rotular a criança, estigmatizando-a como um problema a ser resolvido e, como conseqüência, passa a enfrentar muitas dificuldades, decorrentes desta discriminação. Porém, tudo e qualquer rótulo são fruto da ignorância sobre o tema, falta de informação e interesse em compreender o distúrbio e suas diversas formas de aborda-la. As experiências sobre este tema, por nós vivenciadas, fazem-nos crer que a discriminação sofrida por uma criança disléxica nasce anteriormente à atitude do educador, que se depara com suas limitações para ensinar, do que com as deficiências apresentas pela própria criança. A dislexia apesar de ser considerada a "mãe dos distúrbios", ainda passa despercebidas em inúmeros portadores que ainda estão sendo rotulados por educadores e os próprios colegas que não são preparados para conviver com este problema, uma vez que o professor não está apto para receber o disléxico, e também para preparar os colegas para contribuírem com o desenvolvimento do portador do distúrbio.



De acordo com Oswaldo Pereira, médico e pai de uma criança com dislexia, quem possui essa característica é mais criativo, intuitivo e consegue utilizar o lado emocional e racional do cérebro ao mesmo tempo. "As pessoas comuns dominam apenas um lado do cérebro: enquanto a parte motora está em ação, outras não estão em funcionamento. Já o disléxico consegue utilizar os dois lados do cérebro simultaneamente. Por causa de um método de ensino defasado, muitas pessoas geniais não conseguem vencer a barreira da alfabetização".



[1]“Na maioria dos casos,
não se deveria falar em transtorno de aprendizagem,
mas em transtorno de ensino.
Existe um transtorno médico genuíno chamado
TDA que impede a pessoa de manter a atenção. (...)"


Segundo Ronald D. Davis, Atualmente, muitos estudantes que não conseguem manter a atenção fixa por muito tempo numa tarefa estão sendo diagnosticados como portadores de TDA. Diz-se a seu respeito que se ‘distraem facilmente’. Levam sua atenção a outras coisas no ambiente em vez de se manterem ligados no que o professor determinou. Às vezes, o problema da TDA é acompanhado de uma segunda condição, a hiperatividade. “Ambas têm suas raízes nas diferenças do desenvolvimento das crianças disléxicas durante a primeira infância.” Davis sustenta que é natural e fácil para as crianças disléxicas prestar atenção, o difícil para elas é se concentrar. E que,geralmente, são os disléxicos que são rotulados com a etiqueta hiper por causa dos efeitos físicos da desorientação.

Os estudantes, em sua maioria, simplesmente ficam entediados e lutam para permanecer acordados quando estão desinteressados ou confusos. Os disléxicos se tornam também desorientados.

[1] Ronald D. Davis , autor do livro O DOM DA DISLEXIA ,Editora ROCCO

Alguns Disléxicos Famosos:

Agatha Christie, Cher (cantora), Rei Constantino da Grécia , Ratinho, Franklin D.Roosevelt, George Washington , General George S. Patton , Hans Christian Andersen, Harry Belafonte , Harvey Cushing (pai da cirurgia neurológica moderna), Jackie Stewart (piloto de corridas) , Jewel (cantora) , Joss Stone (atriz e cantora de soul) , John Rigby (dono de parque temático) , Joyce Bulifant (atriz) , Lawrence Lowell , Lewis Carroll (autor) , Leslie Ash (atriz inglesa), Lord Addington , Loretta Young , Leonardo Da Vinci, Margaret Whitton , Margaux Hemmingway , Mark Stewart (ator/filho de Jackie Stewart) , Mark Twain , Michael Barrymore (comediante) , Michael Hesetine , Michelangelo, Mika(cantor) , Napoleão Bonaparte, Nelson Rockefeller , Nicholas Brady (US Secy Treasury) , Nicholas Bush (Filho do presidente EUA) , Nicholas Parsons (Ator inglês) , Nicola Hicks (Escultora Inglesa) , Noel Gallagher , Oliver Reed (Ator Inglês) , Orlando Bloom (Ator Inglês) , Ozzy Osbourne (Cantor inglês) , Pablo Picasso, Patrick Dempsey (ator americano) , Paul Stewart (Piloto de corridas/Filho de Jackie Stewart) , Peter Scott (pintor) Phil Harris (do Harris Queensway) , Robin Williams, Richard Chamberlain , Richard Rogers (Arquiteto inglês) , Rob Nelson (Jogador de baseball profissional) , Robin Williams, Roy Castle (Ator inglês), Sarah Miles (Atriz inglesa) , Scot Adams (Cartunista americano) Sir Joshua Reynolds , Thomas A. Edison, Tom Cruise, Vincent van Gogh, Winston Churchill, Walt Disney, Whoopi Goldberg.


Asenath B. S. Filha
Santo Antônio de Jesus
Maio/2009

A Alfabetização dos Portadores da Síndrome de Down


[1]A Síndrome de Down é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam um atraso no desenvolvimento das funções motoras e mentais.Os estudos sobre esta alteração genética começaram em 1866, pelo médico inglês Jonh Langdon Down, que descreveu alguns sinais físicos semelhantes em um grupo destinto de pessoas e denominou o distúrbio de mongolismo, pelo fato do9s portadores apresentarem os olhos amendoados, tais quais o da raça mongólica.Down descreveu essas pessoas como amistosas, amáveis, mas improdutivas e incapazes para o convívio social, ele, no entanto, não soube identificar a causa da síndrome. O diagnóstico somente foi estabelecido em 1959, quando um cientista francês Jerome Lejeune, ao estudar os cromossomos de 9 pessoas com a síndrome verificou que, ao invés de terem 46 cromossomos por células agrupadas em 23 pares, tinham 47 cromossomos, um a mais no par de numero 21. Por este motivo, o que no início foi chamado de mongolismo, passou a receber a denominação de Síndrome de down ou Trissomia do 21.

Através de pesquisas realizadas sobre esta Síndrome, pode-se encontrar curiosidades como, por exemplo, a imagem que a sociedade tinha e a forma como lidou com ela ao longo dos tempos.

 

" Na cultura grega, especialmente na espartana, os indivíduos com deficiências não eram tolerados. A filosofia grega justificava tais atos cometidos contra os deficientes postulando que estas criaturas não eram humanas, mas um tipo de monstro pertencente a outras espécies. (...) Na Idade Média, os portadores de deficiências foram considerados como produto da união entre uma mulher e o Demônio. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 3-4)."

 
Sabe-se que por muitos anos estas crianças foram consideradas como incapazes ou retardadas e em muitas sociedades até como monstros ou filhos de demônios e infelizmente ainda nos dias atuais, as confusões e enganos a respeito do conceito de Down são muito freqüentes, como por exemplo, a criança Down ser ainda constantemente definida por pessoas como deficiente mental, tendo ainda que lidar com o preconceito e o medo de muitos, o que dificulta bastante a socialização e o dia-a dia dessas crianças.

Estando recentemente trabalhando com crianças com necessidades especiais, entre elas portadores da Síndrome de Down, me inquietei com o fato de não estarem sendo alfabetizados, uma vez que embora ainda não tenha muita vivência na área, já tive conhecimento de vários portadores de Síndrome de Down alfabetizados que levam a vida normalmente, sem terem como mais um obstáculo o analfabetismo, partindo deste princípio, voltei meus interesses de estudo para este foco, uma vez que a inclusão já está sendo uma realidade e sabemos que estas crianças embora tenham a capacidade de aprender a ler e escrever possui um tempo diferente e certamente a metodologia de aprendizagem deve seguir o seu ritmo, trazendo assim a facilitação de uma inclusão menos traumática.

Estima-se que a cada 550 bebês que nascem, 01 tenha a Síndrome de Down.

Até o momento não há cura. A Síndrome de Down é uma anomalia das próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas para curá-la.

Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciem seu desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias após o nascimento.

A característica mais freqüente na SD é o atraso mental. O desenvolvimento cerebral é deficiente, assim, ao nascer os portadores apresentam microcefalia. É observado um decréscimo do peso total do cérebro, além da simplificação em seu padrão giriforme.

A aprendizagem tem sempre que partir do concreto, pois o Down tem dificuldade de abstração. Na alfabetização e no ensino da matemática, por exemplo, símbolos podem ser aprendidos com certa facilidade, embora seja difícil associá-los a conceitos e a quantidades. O processo de abstração é lento e difícil, mas possível. O aprendizado não pode ser isolado. Tem que acompanhar a vida prática tem que ser inserido num contexto real, em que o Down possa perceber o seu significado concreto, na vida real. Um trabalho fonoaudiológico e pedagógico bem feito pode levar o Down a uma boa comunicação. Ao desenvolver boa dicção e bom vocabulário, o Down tem nível de raciocínio suficiente para comunicar-se claramente com as pessoas. Tudo fica mais difícil quando a pronúncia não é inteligível por não ter sido trabalhada ou se o vocabulário é pobre.

Saber que esta alfabetização é possível abre um leque de possibilidades, além de despertar nos pais e familiares à necessidade de estimular estas crianças desde ainda muito cedo, aumentando assim as chances de uma aprendizagem mais eficiente, seja em escolas especializadas, em escolas inclusivas ou na associação das duas, o que ficará sempre a cargo dos pais observar qual a melhor opção, tendo em vista que é importante ter claro que não existem graus maiores ou menores de Síndrome de Down e que as diferenças de desenvolvimento decorrem das características individuais como herança genética, educação, meio ambiente e estimulação, cabendo assim, escolherem qual o tipo de método ou ambiente será mais propício para as particularidades que envolvem a sua criança.



 
Asenath B. S. Filha .
Santo Antônio de Jesus
Dezembro/2007




Politica e Financiamento da Educação Brasileira



Uma educação de qualidade e consequentemente uma sociedade mais igualitária e inclusiva



A sociedade deveria em primeiro lugar se inteirar e refletir sobre as políticas de ação do Banco Mundial com relação à educação. Sabemos o quanto se faz difícil essa conscientização, uma vez que, historicamente não é uma atitude social costumeira no nosso país, por todos os motivos já detectados como a falta de habito do exercício da cidadania, da participação coletiva, da indisponibilidade de escolaridade suficiente para por em prática sua participação a partir dos conhecimentos adquiridos, em fim, além de termos a barreira do conhecimento pleno das ações políticas e educacionais do nosso país, nos deparamos ainda com o hábito de total passividade diante das atitudes governamentais que explodem a nossa frente todos os dias.


A pesar disto as ações seguem seu curso livremente, com uma aparente preocupação pela evolução e melhoria da educação do país, que segundo incansáveis discursos, já tenham percebido que sem uma educação de qualidade não há desenvolvimento.


Por tanto, todas estas reformas contam com um processo de financiamento que nos deixa vulneráveis, uma vez que, desconhecemos os mecanismos que nos daria subsídio para analisar e refletir sobre as aplicações desses recursos.


Se colocarmos de lado a questão da inteiração da sociedade sobre as políticas aplicadas, sobre o novo modelo de exercício da cidadania diante da globalização e outras atitudes que se fazem necessárias em um processo como este, passaremos a analisar apenas de uma forma superficial, contaremos apenas com o que inevitavelmente “ouvimos falar”.


Sendo assim, aparentemente as coisas estão entrando nos eixos, as escolas estão sendo reformadas, outras tantas construídas, material didático adequado e bastante próximo do ideal no que diz respeito à nova educação voltada para o áudio visual com integração total com as novas tecnologias, a conscientização pela necessidade da inclusão, adaptando as novas construções para receber nossas crianças recém inclusas, afastadas do nosso convívio até então, em fim, rapidamente estamos chegando bem próximo da estrutura física e material necessária para uma educação plena, chegaram também a conclusão de que nosso “problema educacional” estaria focado na educação básica, o que os levou a voltar todas as atenções para esta área, mais uma vez, aparentemente houve outro acerto, mas e agora, e o material humano?


O que fazer com todo este aparato afogado em financiamentos intermináveis, repleto de cobranças, justas, por resultados?


A sociedade assiste a tudo como quem vai ao cinema, o governo pagando para as crianças freqüentarem as escolas para que os recursos continuem chegando e ainda assim contamos com a evasão, a violência nas escolas, professores doentes e desesperados pela qualidade de vida que ainda são obrigados a lidar, pais de alunos ausentes por não acreditarem na força que pode haver em uma parceria com a escola, em fim, quanto tempo ainda vamos ter que esperar até que percebam que não adianta maquiagem, se não desejam de fato uma transformação educacional? Cabe agora à sociedade lançar mão de todos os recursos adquiridos e exigir que se leve a sério os problemas sociais que impedem o processo de aprendizagem, nossas crianças estão se perdendo enquanto novas escolas vão se erguendo, nossos professores, contando com o apoio para a capacitação acabam por tomar rumos contrários aos das escolas assim que se sentem preparados para exercer uma profissão menos desgastante, improdutiva e mais lucrativa e as famílias então, totalmente aniquiladas pelo total desvencilhamento dos conceitos de moral e civilidade por conta de gerações perdidas, soltas dentro de uma sociedade desorganizada por ter seus dirigentes ocupados com a corrupção desmedida.


Cabe à sociedade além de acompanhar e procurar olhar a fundo o que está sendo feito na área da educação, retomar os seus brios e exigir que nossos governantes comessem de fato a se preocupar com a educação como um todo, valorizar o material humano a quem ela se destina.


Cabe a nós, professores e educadores arregaçarmos as mangas e faze-los perceber que estamos aqui, prontos para receber nossas crianças e fazer delas cidadãos completos, plenos para desenvolverem suas vidas, seguirem suas carreiras, formarem suas famílias alicerçadas em conceitos seguros de amor, fraternidade e companheirismo, estamos aqui para recebermos as nossas crianças finalmente inclusas, com direitos e deveres iguais aos de toda a sociedade, estamos aqui, prontos para cumprir nosso papel e tudo o que queremos é poder cumpri-lo com o mínimo de dignidade e respeito.

 

Asenath B. S Filha
Abril / 2009